sexta-feira, 26 de julho de 2013

Ah, a infraestrutura...

Mapa do metrô londrino, artisticamente elaborado
Tá certo, não é só pelos 20 centavos. Mas o estopim para a avalanche de protestos no Brasil foi o reajuste da passagem de ônibus em São Paulo. Assim, por que não passar os olhos pela infraestrutura de transporte público que existe aqui na terra da rainha? Vamos a ela...
Comecemos por Londres, a capital. Comparações às vezes podem parecer maldosas, mas quase sempre acabam sendo esclarecedoras. A rede de metrô da cidade (que eles chamam carinhosamente de “tube”) começou a funcionar em 1890, um ano depois que o Brasil virou uma república. Hoje são 13 linhas, mais de 400 quilômetros de trilhos, 1,1 milhão de usuários por ano e 270 estações, tão próximas às vezes que desenhar o mapa do serviço exigiu a inspiração de um artista.
E São Paulo? Bom, a inauguração foi em 1974. São quatro linhas, 65 quilômetros e 58 estações, onde se espremem 877 mil pessoas por ano (números de 2012).
Em Londres o sistema é integrado, você compra um cartão magnético (o Oyster Card, que custa 5 libras, recuperáveis se você devolver o plástico) e o carrega com dinheiro, em vending machines ou nas bilheterias. A cada entrada das estações você aproxima o cartão ao leitor do lado da catraca e entra. Ao sair, faz o mesmo ao deixar a estação e o metrô debita do seu Oyster o valor equivalente à viagem (quando mais longe for, mais caro fica).
Se usar no sistema pay as you go (literalmente, “pague conforme o uso”, em que se carrega o cartão e ele fica imediatamente operacional), os valores variam de 1,50 a 5,70 libras por viagem, fora do horário de pico (sim, tem diferença de preço, o sistema é inteligente). Se vale a pena? Pagando a passagem separadamente as tarifas partem de 2,80 e podem chegar a 12,80 libras, a depender do trajeto percorrido.
Oyster Card em operação
Trens? Londres conta com 11 estações (nacionais e internacionais), que ligam a capital ao interior da Inglaterra, País de Gales, confins da Escócia ou o continente europeu, para quem tem medo de voar.
Pelo ar? Aí fica mais impressionante. A capital da rainha é servida por seis aeroportos (London City, Heatrow, Gatwick, Luton, Stansted e Southend), todos com voos nacionais e internacionais, e todos ligados à rede de transporte público - e não é só ônibus, não, estou falando de trem ou metrô.
Aeroportos de Londres - o Southend, a leste, não aparece
O maior deles é o Heatrow, onde chegam os voos vindos do Brasil, por exemplo. Nesse caso, há nada menos que quatro opções de transporte público para ir do aeroporto para a região central de Londres, adequadas à pressa e ao bolso de cada um.
A forma mais rápida (e cara) é o Heatrow Express. São quatro trens por hora que em 15 minutos te levam à estação de Paddington (bem central, fica a 500 metros do Hyde Park) – a viagem custa 18 libras. A segunda opção mais veloz é o Heatrow Connect, outro trem que deixa você na mesma Paddington Station, por 8,50 libras – partem a cada meia hora e o trecho leva 25 minutos.
Se quiser ir de ônibus, o National Express Airport te leva para a Victoria Station (central também, a 500 metros do St. James Park) por 5 libras – saem três por hora e a viagem leva 40 minutos, dependendo do trânsito.
A forma mais barata, mesmo, é tomar o metrô - a Piccadilly Line conecta a região central ao Heatrow, com trens partindo a cada cinco minutos, operando das 5h às 23h54. Com o Oyster Card, a viagem sai por 3,10 libras.
Britannia, o aeroporto flutuante, ainda em discussão
Mesmo com tudo isso eles não estão satisfeitos. Está em discussão por aqui a construção de um sétimo aeroporto na região leste de Londres, no estuário do Rio Tâmisa. E não é pequeno, não! Apelidado de Britannia, teria quatro pistas de pouso e decolagem, que ficariam suspensas sobre a água. O projeto prevê até a expansão futura, com possibilidade para mais duas pistas. O custo? Uns 60 bilhões de libras (algo na faixa dos R$ 200 bilhões).
Nas palavras do prefeito de Londres, Boris Johnson, à BBC: “Nós devemos nos manter competitivos, e para fazer isso precisamos de uma estratégia coerente para a Londres do século XXI”.
Enquanto isso, no Aeroporto Internacional de Barulhos...

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